Como Identificar e Prevenir Proativamente a Contaminação de Lubrificantes

O elemento mais crítico de qualquer programa de lubrificação é ter um processo proativo para identificar e controlar a contaminação em equipamentos vitais. Ao definir os contaminantes comuns em máquinas industriais, é possível entender como eles penetram nos sistemas e, assim, proteger melhor os equipamentos críticos.


4 Tipos Comuns de Contaminação

No ambiente industrial, os quatro tipos mais frequentes de contaminantes em óleos e graxas são:

  1. Partículas
  2. Água
  3. Ar
  4. Calor

Contaminação por Partículas

Principal causa de falhas em máquinas industriais, essa contaminação impacta diretamente a disponibilidade dos equipamentos. As partículas incluem sujeira do ambiente, detritos gerados internamente após a contaminação (como resíduos de solda, limalhas ou fibras de filtros) e materiais resultantes do desgaste mecânico.

O desgaste causado por partículas pode levar a abrasão, erosão, fadiga superficial e até falhas catastróficas, como cavitação e corrosão. Suas características (tamanho, forma, dureza) determinam o nível de dano: partículas pequenas em suspensão no óleo, por exemplo, são mais prejudiciais do que as maiores.

Fontes de contaminação:

  • Resíduos deixados durante a montagem de equipamentos novos.
  • Ingresso de poeira ou sujeira do ambiente (filtração inadequada ou vedação deficiente).
  • Geração interna durante a operação (desgaste mecânico, corrosão).

Solução:

  • Realizar análises de óleo e contagem de partículas para monitorar a saúde das máquinas.
  • Estabelecer uma linha de base para novos equipamentos através de análises iniciais.

Contaminação por Água

A água pode estar presente no óleo de três formas: dissolvida, livre ou emulsionada.

  • Dissolvida: Misturada homogeneamente ao óleo, invisível a olho nu.
  • Livre: Acumula no fundo de reservatórios, tornando o óleo turvo após resfriamento.
  • Emulsionada: Excede o ponto de saturação do óleo, formando uma névoa esbranquiçada.

Efeitos da água no sistema:

  • Degrada óleos base e aditivos.
  • Gera ácidos, lodos e bactérias.
  • Aumenta a condutividade elétrica e a viscosidade.
  • Causa ferrugem, corrosão e falhas em filtros.

Prevenção:

  • Armazenar lubrificantes em locais secos e climatizados (um alerta importante para regiões de clima tropical!).
  • Usar filtros respiradores com sílica gel (3 microns ou menos) em reservatórios.

Contaminação por Ar

O ar pode se manifestar como:

  • Dissolvido: Presente naturalmente em óleos, mas prejudicial a bombas.
  • Livre: Bolsões de ar em sistemas hidráulicos, causando lentidão na resposta.
  • Espuma/Ar retido: Bolhas na superfície ou suspensas no óleo, dificultando a leitura de níveis e acelerando a oxidação.

Impactos:

  • Cavitação.
  • Controle impreciso em sistemas hidráulicos.
  • Desgaste prematuro.

Contaminação por Calor

O excesso de calor gera lodos e vernizes, atuando como um “inimigo silencioso”. Em equipamentos industriais, temperaturas acima do especificado pelo fabricante são um sinal de alerta.

Soluções:

  • Usar geradores de nitrogênio para evitar carbonização (“sooting”).
  • Realizar trocas de óleo periódicas seguindo cronogramas rigorosos.

Controle de Contaminação: Melhores Práticas

  1. Armazenamento:
  • Mantenha lubrificantes em ambientes limpos, secos e identificados (evite improvisos como áreas abertas, comum em alguns galpões industriais!).
  • Adote o método PEPS (Primeiro a Entrar, Primeiro a Sair).
  1. Manuseio:
  • Use filtros quick-connect e carrinhos de filtragem dedicados.
  • Evite funis reutilizáveis ou recipientes abertos.
  1. Graxas:
  • Identifique pistolas de graxa por cores para evitar contaminação cruzada.
  • Armazene bisnagas verticalmente, com a tampa para cima.

Dica Extra

Em ambientes industriais com alta umidade (como em regiões Norte e Nordeste), a contaminação por água é um risco constante. Investir em dessecantes e filtros respiradores de qualidade é tão essencial quanto a manutenção preventiva em máquinas — assim como cuidar da vedação de equipamentos é tão importante quanto garantir a estanqueidade de um açaizeiro no calor do Pará!

Ao seguir essas práticas, sua operação ganha eficiência e longevidade, evitando paradas não planejadas e custos extras. Mantenha o jogo de cintura técnico e a disciplina nos processos!

Por Scotty Briner.
Traduzido pela equipe de conteúdos da Noria Brasil.
---
ML 32876: "How to Identify and Proactively Prevent Lubrication Contamination"

Leia mais...

imagem_2025-06-30_135752325
Escolhendo o Laboratório Certo para Análise de Óleo

Quando você faz um exame de sangue, você quer saber a contagem das suas células vermelhas e brancas, os níveis de plaquetas ou hemoglobina, ou o volume corpuscular médio? A menos que você seja médico, provavelmente não. Você confia em um médico de confiança para analisar o relatório do hemograma e dizer se você está …

imagem_2025-03-18_160308174
Economizando Energia, Dinheiro e o Meio Ambiente com o Ascend™

No estágio atual do Ciclo de Vida do Lubrificante, fica evidente que diversas variáveis influenciam cada decisão relacionada à lubrificação. Até os tópicos mais específicos podem se tornar complexos, com fatores intermináveis. Mas seu tempo é valioso. Nem sempre é ideal "se aprofundar demais". Devemos usar as ferramentas certas e metodologias comprovadas para tomar decisões …

CAPA_DEZ_24
Desbloqueando o Poder da Análise de Óleo e da Contagem de Partículas para a Lubrificação Otimizada de Máquinas

As práticas de lubrificação garantem desempenho máximo e longevidade na manutenção de máquinas. No entanto, apenas aplicar os lubrificantes corretamente não é suficiente para assegurar que as máquinas funcionem sem problemas. Com o avanço tecnológico dos equipamentos e o aumento das demandas por produtividade, os profissionais da indústria estão recorrendo à análise de óleo e …

asdfdssd
Análise de Óleo pela Vareta: Como Verificar o Óleo

A análise de óleo pela vareta pode parecer um pouco engraçada, mas funciona. Sem mencionar que também é barata e rápida. Só há um problema: entender o que o óleo na vareta realmente significa. Não se preocupe. Aguarde cinco lições simples para aprender a ler a vareta de óleo. Lição nº 1: Retirar a Vareta …

adgfdgfsgg
Estratégias de Lubrificação para a Indústria de Cimento

A lubrificação na indústria de cimento apresenta alguns desafios únicos. Não se trata tanto do tipo de equipamento, mas sim do ambiente em que as máquinas estão operando, o qual pode variar de acordo com a estação do ano, dependendo da localização da planta. Esse fator deve ser cuidadosamente considerado ao selecionar e aplicar lubrificantes, …

oilfilter]
4 Tipos de Falhas de Filtros de Óleo e Como Preveni-las

"De qual tipo de modo de falha do filtro você deve se preocupar mais: entupimento, canalização, trincas por fadiga ou migração de material?" Cada um desses tipos de falha possui um mecanismo distinto e um método de detecção específico. Embora todos sejam prejudiciais, podem ser evitados ou detectados com uma simples análise do sistema. Entupimento …