Vamos ser sinceros: quando muita gente ouve a expressão “programa de lubrificação”, o que vem à mente é uma graxeira empoeirada no fundo da oficina ou um tambor de óleo encostado num canto escuro, pegando sujeira.
Mas um programa de lubrificação bem estruturado pode — literalmente — ser o coração pulsante da sua planta industrial. E dentro desse sistema, o manuseio e a aplicação correta dos lubrificantes são onde mora a diferença entre o sucesso e o desastre.
Pense em um prato gourmet: você pode ter os melhores ingredientes (nossos lubrificantes cuidadosamente escolhidos), mas se armazená-los mal, misturá-los sem critério ou aplicar de qualquer jeito, o resultado vai ser uma bagunça — e cara.
O Que Estamos Realmente Falando Aqui?
Manuseio de lubrificantes refere-se a tudo que envolve recebimento, armazenamento, transferência e transporte dos óleos e graxas dentro da planta.
Já a aplicação é o momento decisivo: é quando o lubrificante entra em contato com a máquina — e aí entram questões como qual lubrificante usar, quanto aplicar, com que frequência e em que ponto exato.
Ou seja, manuseio é o seu “mise en place”. Aplicação é o prato final. Errou em qualquer uma das etapas? O que vai sair da “cozinha” é falha de equipamento e parada não planejada.
Por Que Isso É Tão Importante?
Lubrificantes são projetados para funcionar de maneira específica, em ambientes e componentes específicos. Se forem contaminados, armazenados de forma errada ou aplicados em excesso (ou em falta), eles deixam de prevenir o atrito e começam a provocar falhas.
Os maiores vilões são três: água, sujeira e ar. Esses contaminantes causam oxidação, corrosão e desgaste antes mesmo do óleo chegar ao equipamento. Um manuseio desleixado e uma aplicação descuidada abrem as portas para esses invasores, transformando um lubrificante excelente em um risco silencioso de quebra e prejuízo.
Os Benefícios de Fazer Tudo Certo
Quando o manuseio é adequado e a aplicação é feita com precisão, você cria um escudo de proteção para seus ativos. O lubrificante permanece íntegro, livre de contaminação, e os componentes funcionam como devem.
O resultado?
- Máquinas operando de forma mais suave e duradoura
- Redução drástica de paradas não planejadas
- A equipe de manutenção troca o modo “emergência” por estratégia preventiva
- Economia visível — na casa dos milhares de reais, não dos centavos
E não é só sobre estender a vida útil do lubrificante. É sobre aumentar a vida útil de rolamentos, bombas, motores e redutores. Em outras palavras, é tratar seu equipamento como VIP — e ele responde à altura.
Por Que Isso Ainda Não É a Realidade em Todo Lugar?
Se fosse fácil, todo mundo já faria assim. Mas a verdade é que aplicar boas práticas exige disciplina, método e um pouco de investimento inicial.
Alguns obstáculos comuns:
- Falta de treinamento: Não dá pra seguir boas práticas se ninguém explicou quais são.
- Armazenamento inadequado: Tambor ao relento, próximo a contaminantes ou mal identificado é óleo comprometido.
- Pressão por tempo: Quando a máquina para, a tentação de “dar um jeitinho” é grande.
- Falta de estrutura: Sem rótulos, codificação por cores ou recipientes dedicados, o risco de contaminação cruzada é altíssimo.
Resolver isso tudo não é impossível. Exige comprometimento e organização.
O Que é Um “Bom Programa” na Prática?
A excelência começa com quatro palavras: limpo, seco, fresco e rotulado.
- Sala de lubrificação organizada e limpa
- Armazenamento climatizado e vedado
- Filtros portáteis e recipientes próprios para transferência (adeus, lata de café!)
- Lubrificantes aplicados com base em dados confiáveis (especificações do fabricante, análise de óleo etc.)
A aplicação também precisa ser precisa e intencional, com ferramentas calibradas, processos bem definidos e registro completo de quantidades e intervalos.
Quando isso se torna parte da rotina, toda a equipe sabe exatamente o que aplicar, onde, quando e por quê. Fica tão natural quanto verificar o nível de óleo antes de uma viagem.
Como Criar um Plano Eficaz
Quer implementar esse padrão de excelência na sua planta? Comece de forma simples e estratégica.
Faça um mapeamento detalhado:
Qual o caminho que o lubrificante percorre desde a chegada até o equipamento? Identifique os pontos críticos:
- O armazenamento é limpo e protegido?
- Os recipientes ficam abertos?
- Existe um sistema de identificação ou é tudo “óleo genérico”?
Depois, comece a desenhar seu plano:
- Onde e como os lubrificantes serão armazenados?
- Quais ferramentas de transferência serão adotadas?
- Como o treinamento será realizado?
- Como o uso será rastreado?
Inclua sua equipe desde o início. São eles que vão garantir o sucesso (ou o fracasso) do plano no dia a dia. Dê capacitação, mostre o motivo por trás das ações, não apenas as regras. E, acima de tudo, meça os resultados e comemore as conquistas: óleo mais limpo, menos falhas, maior disponibilidade.
Conclusão: Respeite o Lubrificante e Tenha Máquinas Mais Fiéis
Manusear e aplicar lubrificantes da forma certa não é um checklist de auditoria. É a diferença entre uma operação mediana e uma referência em confiabilidade.
Assim como um chef respeita os ingredientes, uma equipe de manutenção de excelência respeita o lubrificante. E quando isso acontece, os equipamentos — e o seu financeiro — agradecem.
Por Noria Media.
Traduzido pela equipe de conteúdos da Noria Brasil.
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ML 32896: "Don’t Blow It at the Barrel"