Com profissionais ao redor do mundo tendo realizado o exame Machinery Lubrication Engineer (MLE), aqueles interessados em obter essa certificação de nível gerencial, emitida pelo Conselho Internacional de Lubrificação de Máquinas (International Council for Machinery Lubrication, ICML), podem estar curiosos sobre as experiências dos primeiros candidatos. Por isso, o ICML entrou em contato com alguns aprovados para fazer algumas perguntas sobre suposições, expectativas e dificuldades.
Suposições
Ao serem questionados sobre suas suposições para o exame, alguns candidatos relataram que o material de orientação online fornecido pelo ICML, que inclui links para recursos referenciados nos 24 tópicos do corpo de conhecimento (BoK) do MLE, foi bastante útil. Pathiri Sampath, técnico sênior de monitoramento de condições da Qatargas Operating Co., estudou o BoK como parte de sua rigorosa preparação e afirmou que nada no conteúdo do exame o surpreendeu.
“O site do ICML explicava claramente os assuntos e a preparação”, lembrou Sampath. “Isso me guiou a focar nos tópicos relevantes”.
Outro candidato não surpreendido pelo escopo do exame foi Loren Green, representante técnico sênior da Industrial Oils Unlimited. Embora o MLE não seja uma continuação das certificações Machinery Lubrication Technician (MLT) ou Machine Lubricant Analyst (MLA), ele abrange conteúdo dessas certificações e explora novos territórios.
“Eu esperava que fosse uma visão muito mais ampla sobre lubrificação como um todo, e foi”, comentou Green.
Roger Story, gerente de manutenção na DSM Chemicals, percebeu que suas certificações anteriores ajudaram na compreensão do MLE.
“Presumi que certificações de níveis mais baixos, como MLA III e MLT II, estariam representadas no exame, e isso estava correto”, afirmou Story. “Minha carreira como engenheiro de confiabilidade me preparou para o restante do exame”.
Difícil e Desafiador
Embora os candidatos tenham achado que a distribuição dos tópicos no exame corresponde bem ao BoK do MLE, isso não significa que as perguntas atenderam às suas expectativas. Uma pesquisa não científica revelou consenso de que o exame pode trazer tanto surpresas agradáveis quanto desafios inesperados, mesmo para os mais experientes e bem preparados.
Michael Holloway, presidente da 5th Order Industry, antecipava uma grande quantidade de material a ser absorvido e memorizado, algo que ele logo confirmou.
“O exame foi uma fera”, declarou Holloway.
Nurudin Bn Mochamad Djamil, especialista técnico da Pertamina Lubricants, descreveu as perguntas com uma palavra: difíceis. Nnamdi Achebe, da Petrosave Integrated Services, usou a mesma palavra para resumir sua experiência.
“Minha suposição de que seria um exame difícil provou-se muito verdadeira”, observou Achebe. “Usei todas as quatro horas disponíveis e, após o exame, me senti mentalmente exausto. Dormi durante toda a viagem de ônibus de volta do Texas para Nova York”.
Jose Camilo Valest Sandoval, engenheiro de suporte técnico na Tritech, achou que algumas perguntas eram detalhadas a ponto de dificultar sua resolução.
“Encontrei dificuldades em tópicos como gestão de ativos, gestão de resíduos e lubrificantes usados, conformidade ambiental e condições de armazenamento de peças sobressalentes”, relatou.
Além disso, Nathan Thomas, da Oxy USA, destacou que o ciclo de vida do lubrificante foi mais abordado do que ele esperava.
“Subestimei a profundidade com que essas áreas seriam cobradas no exame e tive dificuldades com essas questões”, explicou.
Lacunas no Exame?
Alguns respondentes sugeriram que certos tópicos do BoK foram sub-representados. Por exemplo, Rüdiger Krethe, da OilDoc, esperava encontrar mais conteúdo sobre lubrificantes e lubrificação. Wojciech Majka, presidente da Ecol, expressou preocupações semelhantes.
“Achei que apareceriam mais questões sobre tribologia/engenharia de lubrificação”, comentou Majka.
Isso pode ser explicado pelo fato de o BoK abrangente ter 24 áreas, mas o exame contém apenas 150 questões, o que naturalmente limita a cobertura de alguns tópicos.
Mike Johnson, colaborador técnico do ICML, comentou sobre a correlação entre o BoK do exame e o título da certificação.
“A certificação se chama ‘Engenheiro de Lubrificação de Máquinas’, mas uma quantidade substancial de conteúdo está relacionada à gestão de programas de manutenção, e não à engenharia de lubrificação”, apontou.
O ICML promove o MLE como uma certificação de nível gerencial, o que está alinhado com a observação de Johnson. Por isso, o ICML recomenda que os candidatos revisem todas as 24 áreas do BoK e não façam suposições baseadas apenas no título.
Perguntas Capciosas?
Embora as questões do exame MLE sigam o formato de múltipla escolha, alguns candidatos se queixaram de questões que apresentavam várias soluções possíveis. Ainda assim, todas pedem que o candidato identifique a “melhor” solução, garantindo que haja apenas uma resposta correta para fins de pontuação.
Danny Shorten, da Optimain, destacou que nenhuma questão tinha a intenção de ser “capciosa.”
“Estava preocupado que as questões pudessem ser estruturadas para me enganar, mas não foi o caso”, afirmou.
Outras Preocupações
O exame MLE oferece até quatro horas para ser concluído, mas os exames de outras certificações do ICML têm limite de três horas. Isso exige um intervalo para liberar os candidatos que estão fazendo outros exames antes que os do MLE possam continuar. Jeffrey DesArmo, da WestRock, sugeriu que essa configuração poderia ser revisada.
“Estava preocupado com a divisão de tempo, e isso teve impacto no exame”, mencionou DesArmo.
Por fim, Majka apontou que a barreira do idioma pode ser um desafio para candidatos cuja língua nativa não é o inglês.
“O idioma torna o exame mais difícil para quem não é falante nativo”, acrescentou.
Consulte quais idiomas estão disponíveis para os exames do ICML.
Por Paul Hiller, do ICML.
Traduzido pela equipe de conteúdos da Noria Brasil.
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ML 06/2020: "What to Expect from the MLE Exam"