Aproveitando o mês das Mães, essa edição da Revista Lubrificação de Máquinas, destaca mulheres que fazem a diferença no setor e na vida de seus filhos e famílias.
Mães profissionais enfrentam diariamente o equilíbrio entre cuidar, educar e amar seus filhos, ao mesmo tempo em que se dedicam ao trabalho, constroem carreiras e buscam realização pessoal.
Não é raro que essas mulheres lidem com cobranças em dobro: tanto no trabalho, quanto na maternidade. Aqui, nas próximas páginas você verá essas profissionais fazendo um balanço da vida dessas mulheres da manutenção e como equilibram a produtividade com a educação e os cuidados com os filhos.
E mostram que ser uma mãe profissional é transformar desafios em criatividade e limitações em estratégias. E ainda: cada vez mais elas enxergam e defendem que não é preciso provar seu valor no trabalho, ele já está aí para todo mundo ver.
A valorização das mães no mundo profissional passa por políticas públicas, ambientes de trabalho mais humanos e redes de apoio solidárias. Mas também passa por reconhecermos, todos os dias, a coragem e a potência dessas mulheres que constroem, simultaneamente, lares e futuros.
Manutenção é lugar de mulher
“A maioria das mulheres desconhece as possibilidades de trabalho nestas áreas e, portanto, nem as consideram como opção de formação ou carreira. Talvez por causa disso, há poucas mulheres neste mercado, o que acaba tornando-se um ciclo vicioso.“

Maria Cristina Alexandre Costa, hoje com 66 anos, teve a primeira filha com 25 anos. Está há sete anos na área de gestão de ativos e é atualmente consultora em gestão de negócios há 25 anos e sócia da Duplo Mais Soluções.
Ao longos dos anos se destacou em grandes empresas (Transpetro, Petrobras, Embraer, Enel, EDP e Cemig) ao desenvolver e implementar modelos de gestão organizacionais e de processos, alinhados à normas, gestão de ativos, planejamento estratégico e definição de KPIs/OKRs.
Na sua visão, há muitas oportunidades para mulheres na área e estamos atravessando uma mudança importante.
Quais são os principais desafios e oportunidades para mulheres nessa área de lubrificação/manutenção?
De forma geral, a maioria das mulheres desconhece as possibilidades de trabalho nestas áreas e, portanto, nem as consideram como opção de formação ou carreira. Talvez por causa disso, há poucas mulheres neste mercado, o que acaba tornando-se um ciclo vicioso.
Exatamente por este motivo, há muitas oportunidades de trabalho, em linha com a diversidade que as empresas de excelência reconhecem como alavancadoras dos resultados. Há diversas ações de inclusão de mulheres neste tipo de carreira que nem sempre encontram pessoas capacitadas para aproveitá-las.
De que forma a maternidade mudou seu olhar e sua relação com o trabalho?
Mudou radicalmente minha visão de mundo. De repente, me vi responsável por formar um ser humano que tivesse as virtudes necessárias para transformar a sociedade para torná-la mais justa e feliz. Foi o maior desafio da minha vida! Com minhas filhas aprendi o que é amor incondicional e como estar a serviço de um propósito muito maior do que ter um casamento feliz e ser realizada profissionalmente.
Essa responsabilidade e transcendência, tornaram-me mais paciente, flexível e perseverante, características que me trouxeram também sucesso profissional.
Qual sua avaliação do setor e suas avaliações sobre as perspectivas do setor?
É um setor com inúmeras oportunidades: a automação de processos, a revolução tecnológica, o desenvolvimento de novos conhecimentos tornam os ambientes muito propícios para se desenvolver novas soluções, pensar novos modelos de negócio e, em última instância, transformar o mundo para melhor.
Ao invés de olharmos essas características como ameaças, devemos pensá-las como grandes oportunidades que se descortinam para nós e para as gerações futuras.
O que você diria para você mesma, mas lá no início da carreira?
Não se leve tão a sério: divirta-se com o processo.
Maria Cristina Alexandre Costa é pedagoga, especializada em Gestão De Ativos e Certified Assessor in Asset Management (CAMA2) pelo WPIAM. Atua como consultora em gestão de negócios, sócia da Duplo Mais Soluções; membro da Comissão Especial de Estudos (CEE-251) sobre Gestão de Ativos da ABNT.
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Crie a sua régua
“A maternidade me forçou a lembrar que produtividade não se mede em horas, mas em prioridades. Depois das minhas filhas, entendi que meu valor estava na qualidade do trabalho, não na quantidade de sacrifícios. Passei a delegar mais, a confiar na equipe e a dizer não sem culpa.“

Marcela Scalco está à frente da principal entidade de manutenção do país. É presidente da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos – ABRAMAN. Mãe de 2 filhas hoje adultas, viu o mundo do trabalho mudar 180º nesses anos todos e sente-se satisfeita em ter conseguido passar o ensinamento de que não precisam se anular nem como mães nem como profissionais, e que é possível vencer as pressões que existem em cima das mulheres.
Por isso, Marcela defende políticas como licenças iguais com exatamente o mesmo tempo para ambos os genitores, atestados de presença ao pediatra com ambos os genitores presentes, além de mentoria para jovens mães na engenharia.
Como ela ressalta, após a maternidade percebeu um olhar muito estratégico ao liderar: “Se antes eu trabalhava para provar algo, hoje trabalho para transformar algo!”
Qual considera os principais desafios e oportunidades para mulheres nessa área de lubrificação/manutenção?
Os desafios são muitos. Lembro que aos 16 anos, ainda estagiando, a primeira vez que entrei em uma obra não existia banheiro feminino no local.
Mas estes aspectos físicos já veem há muito sendo superados e melhorados, e hoje acredito que os maiores e verdadeiros desafios sejam os invisíveis.
Vejo muitos relatos de reais preconceitos contra a mulher em empresas, eu não posso dizer que sofri isto de forma explícita e tão deliberada, mas hoje tenho experiência e maturidade suficiente para saber que o sofri de forma inconsciente: criando uma extrema autocobrança! Sempre à procura de provar que somos capazes, mesmo quando ninguém questiona.
Muitas de nós internalizamos a necessidade de ser a mais dedicada, a mais técnica, a que está sempre disponível, que não diz “não”, como se bastasse um erro ou uma escolha nossa para que estereótipo de mulher frágil ganhe força. Isso só gera exaustão, mais nada.
Mas é fato que todo desafio traz oportunidades, e estas me parecem estar na reinvenção do legado. A indústria hoje busca diversidade não só porque é certo, mas por necessidade, por ter percebido que equipes diversas resolvem problemas complexos com mais criatividade.
Mulheres que ocupam esses espaços estão redefinindo o que é ser engenheira ou profissional da indústria— não precisamos de estereótipos ou discursos agressivos, mas de expertise e autenticidade.
A sustentabilidade e a digitalização também abrem portas para lideranças que equilibram visão técnica e sensibilidade humana, algo que muitas de nós refinamos na dupla jornada de mãe e profissional.
De que forma a maternidade mudou seu olhar e sua relação com o trabalho?
A maternidade me forçou a lembrar que produtividade não se mede em horas, mas em prioridades. Antes, eu aceitava turnos longos, horários péssimos e os projetos mais desgastantes (alguns que ninguém queria) para mostrar serviço.
Depois das minhas filhas, entendi que meu valor estava na qualidade do trabalho, não na quantidade de sacrifícios. Passei a delegar mais, a confiar na equipe e a dizer não sem culpa.
Sabemos que o dom da onipresença é apenas divino, no entanto mães que trabalham adquirem uma versão light deste dom, e eu trouxe isto para minha vida profissional.
Lembro disso quando saia antes das minhas filhas acordarem, mas mesmo sem estar fisicamente, eu queria estar presente quando elas acordassem. Queria que elas se sentissem confiantes, amparadas e que tivessem certeza do quanto eram importantes para mim.
Assim, sempre antes de sair para trabalhar, dava um beijinho nelas, colocava um bichinho de pelúcia e passei a fazer um nozinho no lençol delas. E, pasmem ou não, até hoje elas gostam do nozinho e me cobram quando viajo e não deixo. O nozinho foi tão importante para elas quanto para mim, e trouxe isto para minha vida corporativa: hoje quando chego em uma equipe nova, qual é o “nozinho” que esta equipe precisa para produzirem com tranquilidade, se sentirem confiantes e amparados sem eu estar ali presente.
Também percebi que ser mãe me deu uma vantagem competitiva estratégica: a capacidade de enxergar o longo prazo. Liderança, para mim, tornou-se sinônimo de criar um setor onde minhas filhas não precisem escolher entre ser brilhantes e serem mães.
Qual sua avaliação do setor e suas perspectivas?
O setor está em um ponto de inflexão. A demanda por lubrificantes sustentáveis e manutenção 4.0 está crescendo e caminhando para a 5.0, mas ainda enfrentamos resistência à mudança em empresas tradicionais. A escassez de mão de obra qualificada é crítica, e poucas mulheres são incentivadas a ingressar em áreas técnicas industriais. E aí existe uma grande oportunidade, basta as empresas perceberem que com um mínimo de estrutura muitas mulheres podem ser capacitadas e inseridas neste mercado. Minha aposta é no como “capacitação + certificação + diversidade”. Empresas que investirem em treinamentos técnicos aliados aos programas de inclusão colherão frutos em inovação.
Além disso, a integração de IA e IoT na manutenção não é mais um luxo, mas uma necessidade para otimizar custos, prazos e aumentar a segurança. De olho na indústria 5.0, o futuro pertence a quem equilibrar tecnologia avançada com gestão humana — e é aí que mulheres, com nossa experiência multitarefa, temos muito a contribuir.
O que diria para você mesma no início da carreira?
Pare de correr atrás de validação e construa sua própria régua.
Você não precisa ser a primeira a chegar e a última a sair para ser respeitada. Sua competência já basta. Erros não vão apagar seu legado; vão torná-lo mais humano. Também diria: não adie sonhos por medo de não ser ‘a mãe perfeita’. Suas filhas não precisam de uma super-heroína — precisam de um exemplo de mulher que não abre mão de quem é. A engenharia não vai te engolir se você parar para amamentar ou se adiar uma reunião para chegar no horário de um recital escolar. E alertaria: suas filhas não vão te cobrar porque você não ficou em casa o dia todo, e sim lembrar do que você fez quando está em casa.
Meu maior sorriso se abre quando minhas filhas lembram de nosso calendário de atividades. De fato elas lembram que eu trabalhava muito, mas lembram com muito mais intensidade, saudade e carinho das nossas atividades juntas.
Sua missão não é só construir ativos excelentes. E sim, construir um caminho excelente para que outras mulheres andem sem precisar correr.
Marcela Scalco É técnica em Edificações e engenheira civil, com mais de 25 anos de experiência, possui mestrado em Desenvolvimento Regional, MBA em Gerenciamento de Projetos, MBA em ESG (Environmental, Social & Governance) e atualmente cursa especialização em Engenharia de Manutenção. Atua como diretora presidente da Associação Brasileira de Manutenção e Gestão de Ativos – ABRAMAN e é professora de Engenharia Civil na UNISUAM.
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Gestação e Trabalho
“O ser humano tem muitas capacidades e competências e precisamos aprender a lidar com todas elas. Vamos errar? Sim, isso é endêmico ao ser humano, mas trabalhando juntos podemos avançar de forma significativa, quando abordamos o tema de gênero, homens e mulheres, a questão nunca deve ser de uma competição, mas sim de colaboração para que os resultados sejam entregues e as pessoas sejam cuidadas.”

Juliana Farah está no sexto mês de gestação e já enxerga mudanças na forma de trabalhar, que nada tem a ver com limitações.
Com vasta formação em gestão de pessoas – e mais de 20 anos na área de manutenção – vê melhorias perceptíveis para as mulheres atuarem nas funções ligadas ao setor.
Acompanhando de perto as necessidades das empresas em pessoal qualificado, defende que elas tenham iniciativa em formar mais quadros especializados – e por que não, mais mulheres?
Quais são os principais desafios e oportunidades para mulheres na área de lubrificação/manutenção?
Ao longo dos meus 22 anos na área de manutenção, o que eu percebo é o avanço das condições e organização do local de trabalho, ainda de forma “tímida”, mas já há melhorias perceptíveis em banheiros, uniformes, acessos e outros mais, principalmente nas empresas que possuem uma política de D&I (Diversidade e Inclusão).
Essas empresas estão se preparando cada vez mais fisicamente para receber as mulheres na área de manutenção, lubrificação, preditiva, ou seja, nas áreas operacionais. Esse é um dos avanços que a gente consegue observar, com mais facilidade, outro ponto importante, é o relacionado a questões comportamentais, dos ambientes seguros psicologicamente e das pessoas que ainda possuem muitos vieses inconscientes que acabam afastando essas mulheres que estão adentrando ao mercado de trabalho.
O que precisa ser feito cada vez mais são os letramentos corretos, rodas de conversas e sensibilização, para que as pessoas se sintam pertencentes para receber outras pessoas. O acolhimento é necessário para que haja retenção, e isso começa em um bom processo de recrutamento e seleção, que possa atrair a pessoa certa para a caga em questão, e não deixar as mulheres expostas para que haja frustrações de ambos os lados.
O ser humano tem muitas capacidades e competências e precisamos aprender a lidar com todas elas. Vamos errar? Sim, isso é endêmico ao ser humano, mas trabalhando juntos podemos avançar de forma significativa, quando abordamos o tema de gênero, homens e mulheres, a questão nunca deve ser de uma competição, mas sim de colaboração para que os resultados sejam entregues e as pessoas sejam cuidadas.
Como a maternidade transformou seu olhar e sua relação com o trabalho?
Falar de maternidade para mim é um assunto relativamente novo, mas está sendo muito mágico este processo de transformação física e emocional, aos 40 anos. Estou no sexto mês de gestação, e quantas coisas novas estão acontecendo ao mesmo tempo, posso dizer que 2025 tem sido transformador e realizador, lancei um livro com outras 24 conselheiras, fui eleita a 1ª presidente e mais jovem do conselho de administração da Abraman, idealizei o Programa Desbravar de Imersão em Liderança Feminina que atende 60 mulheres de forma gratuita e exclusiva para a Comunidade EELaParaELAS e também estou gerando uma vida.
Sinto que a minha relação com o trabalho só tem melhorado, estou mais energizada, confiante e produtiva, a capacidade de criar, de inovar, de dar resultados, de entrega tem sido muito grande, confesso que imaginava que o contrário aconteceria, mas como não existe regras para a gestação, cada dia é um dia, cada pessoa é uma pessoa e está tudo bem, se você estiver lendo isso e preferir ficar no sofá, tem dias que também prefiro.
Tenho lido muito a respeito da maternidade, compartilhado com muitas mulheres, e isso ajuda demais a ter o apoio que precisamos, principalmente no ambiente de trabalho. Poder contar com minha gestão e os benefícios de uma grande empresa têm sido fundamentais e me dão tranquilidade para organizar meu trabalho e planejar uma licença maternidade onde irei viver um novo ciclo tão novo quanto o de gestar. Muitas pessoas ainda me perguntam como consigo dar conta de tantas coisas estando grávida, eu respondo assim: Estou grávida e não doente! Este é um tabu, que nós mulheres precisamos falar cada vez mais, porque não deixamos de ser inteligentes, competentes e produtivas por estar grávida ou se tornar mãe, mas aprendemos a priorizar e organizar as coisas que façam sentido para nós, então o que importa seguirá sendo feito, assim deveria ser em todas as fases de nossas vidas.
Qual sua avaliação do setor atualmente e quais são suas perspectivas para o futuro?
Trazendo uma abordagem geral, uma visão ampla do setor industrial, o que vejo é uma necessidade de direcionamento dos profissionais. As empresas têm necessitado cada vez mais de profissionais especializados, determinadas competências, e isso aumenta quando olhamos para temas específicos como Inteligência Artificial, Tecnologia entre outros.
Isso nos direciona para uma necessidade de estar mais próximos ao ambiente acadêmico e profissionalizante. Usar das associações e organizações que têm como visão essa preparação, é muito importante, e posso afirmar que a Abraman tem este propósito.
O futuro começa hoje com a preparação destes profissionais seja com conhecimento de base, seja envolvendo temas diretamente ligados à indústria 4.0, além é claro da indústria 5.0 que visa uma melhor relação entre o humano-máquina.
Se pudesse falar com você mesma lá no início da carreira, o que diria?
Eu diria, continue! Continue, porque a jornada é incrível, mesmo nos dias difíceis com tantos desafios, tudo vale a pena. Às vezes vamos querer desistir, mas não pare, planeje suas metas e mude a direção, mas siga em frente, porque encontrará muitas pessoas que irão te inspirar e acreditar em você, além de outras que irão se inspirar em você e em suas conquistas.
Juliana Farah é formada em gestão de pessoas na FGV (Fundação Getúlio Vargas), certificada em liderança na PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) e capacitada em Confiabilidade Humana no The Human Reliability Academy. Atua como CEO da EELa Engenharia Estratégia Liderança, é Gerente Corporativa na Vale e Professora na UFPE (Universidade Federal de Pernambuco).
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Oportunidades em meio aos desafios
“Depois que me tornei mãe, passei a enxergar o trabalho com ainda mais propósito. Tudo ganhou um peso diferente — o tempo, a energia, os resultados. Aprendi a ser mais produtiva, mais empática e, acima de tudo, mais humana nas relações profissionais. A maternidade me fez entender que é possível ser firme e sensível ao mesmo tempo, e isso se refletiu diretamente na forma como me relaciono com colegas, clientes e parceiros.”

Rose Araújo iniciou sua atuação no setor em um laboratório de análises de óleo, é consultora comercial da Confialub Noria Brasil e uma das principais responsáveis pelo crescimento expressivo da empresa no país. Com mais de duas décadas de experiência na área comercial — sendo os últimos dez anos dedicados à lubrificação industrial —, ela se destacou por sua paixão, resiliência e capacidade de inovação. À frente do setor comercial da única representante oficial da Noria nos Brasil, Roseane ajudou a impulsionar o faturamento da Confialub em 140% em apenas quatro anos, liderando projetos estratégicos, modernizando processos e contribuindo para a consolidação da empresa como referência nacional. Mãe da Cecília, hoje com 5 anos e movida por um forte senso de propósito, ela transformou os desafios da maternidade e do mundo em motores de transformação pessoal e profissional, tornando-se um símbolo de liderança feminina no setor industrial.
Tem como propósito oferecer soluções técnicas personalizadas Atualmente, também é Representante Regional da ABRAMAN São Paulo e integra o 1º Comitê Feminino de Manutenção e Gestão de Ativos. É coautora do livro “Engrenagens Femininas: Narrativas de Mulheres na Manutenção e Gestão de Ativos”, que reúne histórias inspiradoras de mulheres que estão transformando o setor.
Quais são os principais desafios e oportunidades para mulheres nessa área de lubrificação/manutenção?
O maior desafio ainda é a quebra de estereótipos. A área de manutenção e lubrificação historicamente foi dominada por homens, e muitas vezes as mulheres precisam provar sua competência o tempo todo. Mas é justamente aí que está a grande oportunidade: trazer uma nova perspectiva, mais colaborativa, detalhista e estratégica. As mulheres têm ocupado espaços com muita competência técnica e visão de longo prazo — e o setor tem muito a ganhar com essa diversidade. Estamos transformando barreiras em pontes.
De que forma a maternidade mudou seu olhar e sua relação com o trabalho?
A maternidade foi um divisor de águas: longe de ser um obstáculo, tornou-se um impulso. Me ensinou sobre o verdadeiro significado de priorização e resiliência. Depois que me tornei mãe, passei a enxergar o trabalho com ainda mais propósito. Tudo ganhou um peso diferente — o tempo, a energia, os resultados. Aprendi a ser mais produtiva, mais empática e, acima de tudo, mais humana nas relações profissionais. A maternidade me fez entender que é possível ser firme e sensível ao mesmo tempo, e isso se refletiu diretamente na forma como me relaciono com colegas, clientes e parceiros.
Além disso, passei a ver o trabalho como algo transformador, e não apenas como um meio de provar valor. Isso trouxe ainda mais garra e um novo olhar sobre liderança, gestão de tempo e propósito.
Qual sua avaliação do setor e suas perspectivas?
O setor de lubrificação no Brasil vive uma transformação. De uma área antes marginalizada, passa a ganhar protagonismo na indústria por sua relevância técnica, impacto direto na sustentabilidade dos processos e contribuição para a redução de perdas. A crescente conscientização sobre as boas práticas e a comprovação científica do papel da lubrificação eficiente são sinais claros dessa mudança. O crescimento da Confialub, incluindo o aumento de 140% no faturamento em quatro anos, é reflexo direto desse novo cenário. As perspectivas são positivas, com espaço para inovação, qualificação de profissionais e, sobretudo, maior reconhecimento da área como estratégica para a indústria nacional.
O que diria para você mesma no início da carreira?
“Confia! Você é capaz! Valorize-se! Mesmo quando achar que nada dará certo, mesmo quando achar que não é tudo isso! Vai ter dias difíceis, você vai querer desistir, terá portas fechadas e muitas, mas muitas dúvidas internas, mas tudo isso vai te fortalecer. A tua escuta, tua sensibilidade e tua dedicação serão os teus diferenciais. Não tenha medo de ocupar espaços — eles também são seus. E nunca se esqueça: onde tiver uma oportunidade de aprender e contribuir, vá. Você vai chegar muito mais longe do que imagina.”
Roseane Araújo é consultora comercial da Confialub Noria Brasil e representante da Regional São Paulo da Abraman.
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Acreditar no valor de gerar e no trabalho
“Ser mãe me ensinou muito — principalmente a cuidar. No trabalho, isso se reflete em como eu lido com as pessoas e com o que eu faço. Cuido das máquinas, sim, mas também olho pra quem tá ao meu lado, porque sei que todo mundo tem suas batalhas.”

A trajetória profissional de Flávia Ramos é longa e foi construída com muita coragem, versatilidade e vontade de aprender: já atuou em laboratório, como segurança, secretária e desde 2023 está na área de manutenção, na VLI Logística e considera uma área com oportunidades reais de crescimento.
Em todas essas áreas reconhece o preconceito por ser mulher, mas isso não foi nenhum impedimento e seguiu valorizando seu poder no trabalho.
Mãe de três filhos, reconhece o poder da maternidade em revolucionar também no trabalho.
Quais são os principais desafios e oportunidades para mulheres nessa área de lubrificação/manutenção?
Já passei por muita coisa na vida. Comecei trabalhando como auxiliar de laboratório numa indústria, depois fui segurança armada, fiz escolta, segurança VIP e também fui secretária. Nunca tive medo de encarar trabalho pesado ou de entrar em áreas que, muitas vezes, as pessoas acham que “não são pra mulher”.
Entrei na área de lubrificação em abril de 2023. Mesmo com 27 anos de carteira assinada, sigo aprendendo todos os dias. E o que mais me orgulho é de nunca ter deixado de ser eu mesma: uma mulher forte, dedicada e que faz tudo com amor.
De que forma a maternidade mudou seu olhar e sua relação com o trabalho?
Ser mãe me ensinou muito — principalmente a cuidar. No trabalho, isso se reflete em como eu lido com as pessoas e com o que eu faço. Cuido das máquinas, sim, mas também olho pra quem tá ao meu lado, porque sei que todo mundo tem suas batalhas.
Qual sua avaliação do setor e suas perspectivas?
Entrei na área de lubrificação em abril de 2023, na VLI, e tive uma experiência totalmente diferente: fui muito bem acolhida desde o começo. Recebi apoio, respeito e oportunidades reais de crescimento. Isso me motivou ainda mais a dar o meu melhor todos os dias.
O que diria para você mesma no início da carreira?
Você vai passar por muita coisa, mas vai dar conta de tudo. E vai se tornar uma mulher que inspira.
Por Confialub Noria Brasil.